A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou uma medida decisiva para a saúde pública brasileira: a emenda nº 334 à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, proposta pela deputada estadual Lilian Behring (PCdoB), assegura recursos para ampliar a produção do soro antilatrodéctico — único tratamento eficaz contra o veneno da aranha viúva-negra (Latrodectus) no país.
Instituto Vital Brazil no centro da estratégia nacional
O investimento será direcionado ao Instituto Vital Brazil, localizado em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Reconhecido como referência nacional em imunobiológicos, o instituto é o único produtor do soro específico contra a viúva-negra, cuja distribuição é feita gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Essa emenda é uma ação concreta de proteção à vida. Valorizar o Instituto Vital Brazil é garantir que o Brasil continue produzindo um soro essencial, especialmente para populações mais vulneráveis”, afirmou a deputada Lilian Behring.
Dados alarmantes e urgência no abastecimento
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 43.933 acidentes com aranhas em 2023. Muitos envolvem espécies altamente perigosas, como a viúva-negra, com maior incidência nas regiões Sul e Sudeste. Os sintomas incluem dor intensa, espasmos musculares e alterações cardiovasculares — exigindo tratamento imediato com o soro.
O Instituto Vital Brazil destaca que pacientes tratados com o imunobiológico apresentam melhora significativa em até 24 horas. Sem o soro, os casos evoluem para internações prolongadas e risco elevado de complicações.
“O Brasil não pode depender de importações quando vidas estão em risco por causa de uma picada que poderia ser tratada com um produto que já dominamos tecnicamente”, reforça Behring.
Ciência pública como pilar da autonomia nacional
Fundado há mais de 100 anos, o Instituto Vital Brazil mantém também a Fazenda Vital Brazil, em Cachoeiras de Macacu, onde são criados os cavalos utilizados na produção dos soros. A estrutura é considerada um patrimônio da saúde pública brasileira.
“Apoiar o Instituto é apostar no conhecimento nacional e na autonomia do país para enfrentar emergências sanitárias com tecnologia própria”, defende a parlamentar.
O que a emenda 334 viabiliza:
“Nossa luta é para que nenhum hospital precise lidar com a falta desse soro. A saúde pública precisa de planejamento e investimento, especialmente em áreas negligenciadas como os acidentes com animais peçonhentos”, conclui Lilian Behring.
Com essa emenda, a Alerj reafirma seu papel como agente ativo na proteção da vida e no fortalecimento da ciência pública brasileira.
2025-08-03 20:00:00