Parque Anchieta, na Zona Norte do Rio, viu crescer o número de roubos em coletivos em 2024. Com 21.833 moradores, segundo o Censo 2022, o bairro registrou 23 casos, contra 15 no ano anterior — uma alta de 53,3%, o maior número desde 2020. Os dados estão disponíveis na ferramenta interativa Mapa do Crime, do GLOBO.
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Os roubos de veículo também aumentaram: de 43 casos em 2023 para 59 no último ano, uma variação de 37,2%. O bairro ainda apresentou um leve crescimento nos registros de roubo de celular, que passaram de 29 para 32 casos, subindo 10,3% em um ano. Apesar disso, o índice continua abaixo do pico da série, registrado em 2021, com 28 ocorrências.
Em contrapartida, os roubos a pedestres recuaram 36,5% no período, caindo de 74 para 47 — o menor número dos últimos cinco anos.
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Qual é a diferença entre roubo a pedestre e roubo de celular?
Os crimes de roubo a pedestre e roubo de celular, que até podem acontecer ao mesmo tempo, são registrados de forma separada pelas autoridades — e há um motivo para isso. O roubo a pedestre — também chamado de roubo a transeunte — se refere à subtração de qualquer bem pessoal feita com ameaça ou violência enquanto a vítima caminha pela rua, podendo incluir bolsas, carteiras, joias, entre outros itens.
Já o roubo de celular, como o nome indica, diz respeito exclusivamente aos casos em que o aparelho é o alvo do assalto. O telefone pode alimentar a engrenagem do crime de diversas formas: pode ser desbloqueado e usado para transferências bancárias, revendido de forma clandestina ou até desmontado para a venda de peças.
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Entenda o que é o Mapa do Crime
Quais são os bairros mais perigosos do Rio? Onde os roubos avançaram? Qual é o horário menos seguro para caminhar pela vizinhança? Para ajudar a responder essas perguntas e entender a dinâmica da violência na cidade, o GLOBO desenvolveu o Mapa do Crime, uma ferramenta interativa de monitoramento de roubos no Rio com dados inéditos de delitos por bairros. Disponível no site do jornal, o mapeamento disponibiliza informações sobre quatro crimes diferentes — roubos de celular, a transeunte, de veículo e em coletivo — em 147 bairros diferentes da capital.
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A ferramenta foi produzida a partir de microdados de mais de 250 mil registros de ocorrências obtidos via Lei de Acesso à Informação junto ao Instituto de Segurança Pública (ISP). O órgão, responsável por compilar as estatísticas da segurança no estado, divulga mensalmente indicadores divididos por áreas de batalhões e delegacias — que abrangem, na maioria dos casos, vários bairros.
Buscando entender dinâmicas criminais hiperlocais, o GLOBO solicitou dados mais precisos de localização dos crimes e recebeu informações sobre os bairros onde cada ocorrência foi registrada, menor unidade territorial disponibilizada pelo ISP. É a primeira vez que indicadores criminais no Rio são divulgados com esse nível de detalhamento.
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* estagiária sob supervisão de Rafael Galdo.
2025-08-02 15:00:00