Ex-deputado é alvo de operação contra jogos ilegais em Saquarema
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realizou, nesta sexta-feira (25), uma operação para desarticular um esquema de jogos de azar em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio.
O foco da investigação é um grupo suspeito de explorar máquinas caça-níqueis e lavar dinheiro na cidade. Entre os alvos estão o ex-deputado estadual Paulo Mello e o empresário Marco Vignoli, dono de uma rede de bares na cidade.
A ação Sete da Sorte foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Ao todo, seis mandados de busca e apreensão foram expedidos para endereços ligados aos investigados.
Na casa do ex-deputado foram encontrados 11.332 dólares, 3.700 Euros e R$ 35.490,00 , além de aparelhos eletrônicos, que somados e convertidos ao real chegam a cerca de R$ 100 mil.
De acordo com o Ministério Público, as investigações começaram após uma denúncia que apontava a atuação do político no arrendamento de máquinas caça-níqueis, instaladas em uma rede de bares da cidade.
O g1 procurou os citados na reportagem (Veja íntegra dos posicionamentos mais abaixo). A defesa do empresário Marco Vignoli disse que não foi localizado qualquer bem ou material de natureza ilícita e que quantia apreendida são de atividade comercial lícita, com “origem devidamente documentada e apta a ser comprovada pelas vias legais”. O ex-deputado Paulo Mello negou as acusações e afirmou que o dinheiro recolhido na casa dele “tem o devido lastro e como deveria ser, foi declarado no imposto de renda”.
Leia, na íntegra, a nota do ex-deputado Paulo Mello:
”Fui surpreendido com uma autorização judicial do Ministério Público, para fazer uma busca e apreensão na minha casa. Na hora, sinceramente, nem sabia do que se tratava. Mais tarde, vendo os noticiários, tomei conhecimento de que era um processo de caça-níquel.
Tenho mais de 35 anos de vida pública, nunca tive qualquer contato, jamais tive qualquer aproximação com qualquer pessoa que trabalha e que explora essa área. Esse processo se dá em virtude de denúncias vinculadas na internet por adversários meus. Agora, tomando conhecimento de todo ocorrido, pude observar que dentre as pessoas que tiveram outras buscas, um foi candidato a vereador do lado do meu maior adversário político de Saquarema, e que usou toda a estrutura a favor de sua campanha. É lamentável que tentem me ligar a quem tem responsabilidade e que não é do meu grupo político. É lamentável que o Ministério Público, sem apurar nada, se preste a esse papel.
Confio plenamente na lisura do Ministério Público e estou a disposição da justiça para qualquer tipo de esclarecimento. Fico com a certeza de que nada será provado. É impossível qualquer tipo de prova, já que não existe qualquer ligação. Esclareço ainda que o dinheiro recolhido em minha residência tem o devido lastro e como deveria ser, foi declarado no imposto de renda”, declara Paulo Mello.
Leia, na íntegra, nota enviada pela defesa do empresário Marco Vignoli:
“A defesa do Sr. Marco Moacir Vignoli, por meio da presente nota, vem a público esclarecer que, até o presente momento, não lhe foi oportunizado o acesso aos autos da investigação em curso, o que inviabiliza qualquer manifestação precisa, técnica e devidamente fundamentada acerca dos fatos divulgados por veículos de imprensa. Registra-se, no entanto, que o Sr. Marco recebeu, recentemente, visita de agentes da Coordenadoria de Segurança Institucional (CSI) em sua residência, ocasião em que não foi localizado qualquer bem ou material de natureza ilícita. No que se refere à quantia em espécie apreendida, cumpre esclarecer que os valores decorrem de atividade comercial lícita, regularmente exercida pelo Sr. Marco, estando sua origem devidamente documentada e apta a ser comprovada pelas vias legais.
A defesa informa que tais documentos comprobatórios serão apresentados, no momento oportuno, às autoridades competentes, com o objetivo de reafirmar a legalidade, regularidade e transparência da origem dos recursos. Em relação à suposta vinculação entre o Sr. Marco e o ex-deputado estadual mencionado na investigação, reafirma-se, de forma categórica, que inexiste, e jamais existiu qualquer relação, seja pessoal, profissional ou de qualquer outra natureza, entre ambos, razão pela qual qualquer tentativa de associação configura-se leviana, desprovida de respaldo fático e juridicamente infundada.
Por fim, a defesa reafirma sua plena confiança na atuação técnica, isenta e imparcial das autoridades encarregadas pela apuração dos fatos, colocando-se desde já à disposição para colaborar com as investigações e contribuir para o integral esclarecimento da verdade real”.
Operação para desarticular esquema de jogos de azar em Saquarema
MPRJ
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