O curta-metragem “Jacaré”, dirigido por Victor Quintanilha e produzido por Helena Dias, foi selecionado para a mostra competitiva brasileira de curtas-metragens do 53º Festival de Cinema de Gramado. Após conquistar menção honrosa no Festival de Clermont-Ferrand, na França, considerado o mais relevante evento dedicado a curtas no mundo, Jacaré seguiu em circuito internacional, passando pelo FF Art Film Košice (Eslováquia), Festival Internacional de Cine de Huesca (Espanha) e Psarokokalo International Short Film Festival (Grécia) e Sequence Short Film Festival (Toulouse).
“É a primeira vez que um filme meu chega a Gramado, e isso tem um peso imenso pra mim. É um festival que habita o imaginário de qualquer realizador brasileiro. Não consigo mensurar o quanto eu desejei estar ali com Jacaré”, afirma Victor Quintanilha, natural de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.
“Durante a pandemia, não pude acompanhar meu curta anterior como gostaria. Agora, estou vivendo tudo intensamente. Em Gramado, acredito que terei uma vivência igualmente enriquecedora, capaz de gerar visibilidade e abrir caminhos para novos projetos”, comemora.
Ambientado entre Saquarema, na Região dos Lagos, e Manilha, em Itaboraí, cidade vizinha a São Gonçalo, “Jacaré” acompanha Pedro, um adolescente que vende bebidas durante as férias escolares que, preso em um engarrafamento rumo ao litoral, decide seguir o impulso de reencontrar o mar que só viu quando criança. Um gesto simples que se transforma em travessia simbólica de liberdade, desejo e pertencimento.
Protagonizado pelo jovem ator Pedro Sol Victorino (Mania de Você; Éramos Seis; Todo Dia a Mesma Noite) o filme conta também com os atores Fumassa Alves (“Impuros”; “Um Dia Qualquer”) e Julia Bernat (“Regra 34”; “Aquarius”) e Fernanda Botelho (atualmente no elenco do remake de Vale Tudo) no elenco.
“O sucesso da obra em tantos festivais mostra que o público segue aberto a narrativas sensíveis, sociais e potentes”, ressalta Helena Dias, que também assina o roteiro. “A gente gosta de mergulhar em projetos que têm algo a dizer sobre o mundo, mas que também emocionam, provocam e ficam na cabeça de quem assiste”.
‘Jacaré’ nasceu do cotidiano do diretor
“Jacaré” nasceu de uma imagem colhida no cotidiano do diretor do curta.
“Estava preso no trânsito, voltando da casa de parentes ali mesmo onde filmamos, quando reparei nos jovens vendendo bebidas entre os carros. Lembrei de quando passava horas no ônibus, indo e voltando da faculdade, e percebi que muitas ideias minhas de roteiro surgem assim, quando estou parado no trânsito. Foi ali que comecei a imaginar a história de um garoto que vende bebidas no asfalto quente para famílias a caminho do litoral, mas que ironicamente nunca viu o mar”, detalha o diretor que é Formado em Cinema pela PUC-Rio e em Som pela EICTV (Cuba). Quintanilha teve seu curta Portugal Pequeno exibido em mais de 40 festivais ao redor do mundo.
O filme conta com patrocínio da RioFilme e distribuição da soteropolitana Cajuína, responsável por levar o premiado Saudade fez morada aqui dentro à Netflix em mais de 190 países.