Neste seu retorno, Alex reencontra seu pai, Lázaro (Sérgio Vianna), que é capitão da Folia de Reis e um músico habilidoso, mas é um homem adoentado que tenta se curar com promessas e rituais da Folia. Mas as crendices e histórias do povo da cidade dizem que ele tem uma dívida de um pacto com o diabo, e, para salvar a si mesmo e ao próprio pai, Alex precisa mergulhar nas práticas e crenças locais.
“A ideia do filme nasceu do fascínio pela dualidade da viola. Ela é um instrumento que pode conectar os músicos tanto ao sagrado quanto ao profano. Isso abre espaço para uma narrativa cheia de mistério e espiritualidade, mas que também está profundamente enraizada nas tradições do sertão”, conta Bacalhao.
Com produção da 400 Filmes, “O Pacto da Viola” traz um olhar interessante sobre o choque entre o Brasil tradicional e profundo e a modernidade que chega não só com a nova música sertaneja-pop, mas também as grandes lavouras movidas à tecnologia e uso de agrotóxicos. Um novo Brasil que também quer mudança surge na figura de Joyce (Gabriela Correa), prima de Alex, que trabalha na lavoura, mas que quer partir e construir uma nova vida.
Nesse encontro entre o novo que nem sempre é sinal de evolução e a tradição que se perde, “O Pacto da Viola” traz a cultura de um Brasil que ainda mantém tradições como a viola e a Folia de Reis. Para aprofundar nesse universo, estudado por antropólogos como Luzimar Pereira, o diretor também percorreu a região onde se situa “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, juntamente com o pesquisador musical Cacai Nunes.
Em conversas com violeiros, capitães de folia e moradores, eles entenderam melhor essas tradições. A trilha sonora é do músico e pesquisador Roberto Correa, que também prestou consultoria ao projeto.
2025-07-17 19:00:00