Com a teledramaturgia sob o comando de Cristiane Cardoso, filha do Bispo Edir Macedo, as tramas não religiosas foram perdendo espaço até serem extintas de vez. Nessa cruzada para transformar a Record num veículo de mensagens bíblicas, perde o público, que volta a ficar refém das produções da Globo, e perde a Record que deixa de atrair espectadores que querem ver novelas atuais.
A opção por exibir apenas tramas baseadas na Bíblia também afeta o faturamento do canal, já que esses folhetins não permitem a inserção de merchandising.
Num passado não tão distante, a Record foi muito feliz ao investir pesado em teledramaturgia e produzir novelas que tiveram um grande alcance, como “Prova de Amor”, “Amor e Intrigas” e “Bela, a Feia”, que certamente dialogariam com uma audiência mais conservadora que a emissora tenta agradar. Entendo que sob a gestão de Cristiane Cardoso, infelizmente, não há mais espaço para ousadias, como “Chamas da Vida”, que abordou pedofilia, ou “Vidas em Jogo”, que tinha uma personagem transexual, mas a Record deve se abrir novamente para tramas contemporâneas. Ou a emissora se conscientiza que uma teledramaturgia variada é um chamariz importante para atrair público e faturamento ou a Record se tornará obsoleta.
2025-07-14 12:00:00
