Professor preso Divulgação/PM
Búzios – A investigação que apura as denúncias de estupro de vulnerável contra um professor da rede municipal de Armação dos Búzios entrou na reta final. A delegada Flávia Monteiro de Barros, titular da 127ª Delegacia de Polícia (127ª DP), informou que todas as partes envolvidas já foram ouvidas, incluindo a diretora da escola, funcionários e as crianças, por meio de escuta especializada com acompanhamento técnico.
A Polícia Civil agora aguarda apenas o relatório do Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente (NACA) para concluir o inquérito, instaurado após a prisão temporária do docente, realizada no último dia 2 de julho.
“Jamais representaria por uma prisão se achasse que havia algum cunho político, religioso ou homofóbico. A gente lida com fatos e coloca nossa experiência nisso”, declarou a delegada Flávia Monteiro em entrevista anterior, reafirmando o compromisso com a técnica e a imparcialidade no andamento do caso.
A prisão foi decretada com base em relatos considerados coesos e graves por quatro famílias distintas. A escuta das crianças, segundo a delegada, seguiu todos os protocolos legais, com acolhimento psicológico e condução por profissionais especializados.
Ao longo da apuração, a defesa do investigado apresentou documentos com a intenção de contestar a consistência de parte das denúncias. A delegada informou que esse material está sendo analisado pela equipe da 127ª DP, mas não há até o momento qualquer indício de que a linha de investigação tenha sido alterada.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) também foi procurado pela reportagem para comentar os desdobramentos do caso, e o retorno ainda é aguardado.
A Secretaria Municipal de Educação, por meio do secretário Rodrigo Ramalho de Almeida, reforçou que acompanha o caso desde o início e está dando suporte integral aos órgãos responsáveis.
“É uma situação muito delicada. A Secretaria de Educação está colaborando com todos os órgãos competentes — Polícia Civil, Ministério Público, Conselho Tutelar — desde o princípio”, afirmou Rodrigo.
Ele também respondeu sobre rumores que circularam nas redes sociais e em alguns veículos locais, sugerindo que uma das famílias teria voltado atrás na denúncia.
“Não houve nenhuma reviravolta no caso. Nenhuma família retirou denúncia. O que houve foi que uma família foi até a escola para consultar uma ata de reunião sobre o caso. Por cautela, a direção explicou que a entrega da cópia depende de protocolo e autorização formal. A Secretaria confia nas instituições e entende que tudo está sendo conduzido com seriedade”, completou.
O professor segue preso temporariamente, à disposição da Justiça, enquanto o inquérito entra em sua fase final. A defesa nega todas as acusações, afirma que o docente não cometeu nenhum abuso e contesta as circunstâncias da prisão. A conclusão da investigação depende agora do relatório técnico do NACA, previsto para os próximos dias.
2025-07-10 15:46:00