Pesquisa aponta que 92% dos cariocas pagariam mais para morar perto do trabalho ou da faculdade

Levantamento da Loft mostra que moradores do Rio priorizam localização e aceitam pagar até R$ 200 mil a mais pela conveniência. Foto: Reprodução Com informações do Diário do Rio. Com o Centro do Rio empurrado para o lado leste da



Levantamento da Loft mostra que moradores do Rio priorizam localização e aceitam pagar até R$ 200 mil a mais pela conveniência. Foto: Reprodução

Com informações do Diário do Rio. Com o Centro do Rio empurrado para o lado leste da cidade e a Zona Sul concentrando boa parte das vagas de emprego mais disputadas, morar longe do trabalho virou uma rotina quase inevitável por aqui. Em uma cidade onde os polos residenciais e os de emprego mal se cruzam, tem muita gente gastando uma, duas horas de deslocamento por dia e, não à toa, mudando de bairro na tentativa de viver mais perto e com um pouco mais de paz.

Essa migração interna, comum em quem quer reduzir o tempo de trajeto, tem impacto direto no mercado imobiliário da cidade. O Centro e a Zona Sul, por reunirem as oportunidades e a conveniência, acabam com uma rotatividade maior e uma valorização constante, o que se reflete no preço dos imóveis, bem mais altos do que os do subúrbio, por exemplo.

Uma pesquisa da Loft em parceria com a Offerwise mostra que a lógica é simples: quem pode, paga mais para morar perto. O levantamento, feito na segunda quinzena de junho com 250 moradores do Rio, mostra que 92% dos entrevistados aceitariam pagar um valor adicional por um imóvel mais próximo do trabalho ou da faculdade.

E não é pouco. Quase um quarto dos entrevistados toparia pagar entre R$ 100 mil e R$ 200 mil a mais por essa comodidade. Outros 20% aceitariam pagar mais de R$ 200 mil. Tem ainda 25% que aceitariam um acréscimo de até R$ 50 mil. Ou seja, localização virou um item de luxo no orçamento.

No aluguel, o comportamento é parecido. Trinta e oito por cento pagariam entre R$ 501 e R$ 1.000 a mais por mês para morar perto do trabalho. Outros 18% aceitariam subir esse valor para até R$ 1.500. E 13% iriam além disso. Só 19% aceitariam um adicional mais tímido, de até R$ 500.

Segundo Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, o endereço do imóvel deixou de ser só uma questão de status ou conforto. “A valorização da localização não é apenas uma questão de conforto, mas de gestão de tempo e custo de vida”, diz ele. E os números confirmam: 82% dos entrevistados dizem que morar perto do trabalho ou da faculdade é importante ou extremamente importante. Só 11% tratam isso como indiferente.

Entre os principais motivos citados, estão a economia de tempo no deslocamento (56%), mais tempo livre (55%), melhora na qualidade de vida (54%) e o desejo de fugir do trânsito (52%). A economia com combustível (35%) e o alívio de não ter que enfrentar múltiplas conduções também aparecem na lista.

O tipo de trabalho também influencia. Quase 40% dos entrevistados disseram ter mudado recentemente de regime profissional ou acadêmico. Hoje, metade trabalha presencialmente, 21% estão em home office e 28% operam em modelo híbrido. O dado chama atenção: o número de pessoas 100% presenciais subiu de 38% para 50% em um ano.

Na prática, o tempo de deslocamento continua sendo um desafio diário. Trinta e sete por cento dos cariocas gastam até meia hora no trajeto. Mas outros 39% levam entre 31 minutos e uma hora. Tem ainda os que ficam mais tempo na rua: 19% gastam de uma a duas horas por dia no vai e vem, e 5% superam esse tempo.

O ônibus ainda é o meio de transporte mais usado na cidade (48%), seguido por carro particular (38%) e carro por aplicativo (20%). O metrô e o trem aparecem com 17%, enquanto o deslocamento a pé foi citado por 16% dos entrevistados.



Conteúdo Original

2025-07-07 19:00:00

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