A partir desta segunda-feira (7), os moradores de Niterói enfrentam um novo golpe no bolso: a tarifa dos ônibus municipais subiu de R$ 5,15 para R$ 5,60, um reajuste que atinge diretamente quem ainda paga em dinheiro. Embora o valor do Bilhete Único Municipal permaneça em R$ 4,45 graças a subsídios da prefeitura, a medida reacendeu críticas sobre a condução do transporte público e a prioridade dos gastos públicos na cidade.
Críticas contundentes de Douglas Gomes
O deputado estadual Douglas Gomes (PL), morador de Niterói e um dos principais opositores da atual gestão, usou suas redes sociais para denunciar o que chamou de “mais um castigo ao povo”. Em tom inflamado, ele relembrou o histórico do prefeito Rodrigo Neves, que chegou a ser preso em 2018 durante a Operação Alameda, acusado de envolvimento em um esquema de propina com empresários de ônibus. O processo, no entanto, foi encerrado em 2023 por falta de provas.
“O mesmo prefeito Rodrigo Neves, que já foi preso por corrupção envolvendo empresários de ônibus, agora castiga o povo com mais um aumento absurdo na passagem: R$ 5,60! Enquanto isso, nos hospitais públicos da cidade, falta médico, falta respeito e falta vergonha na cara!”, escreveu o deputado.
Enquanto isso, caos na saúde
Na mesma publicação, Douglas criticou o subsídio às empresas de ônibus do jeito que está sendo feito e disse que o montante deveria ser investido em áreas essenciais como saúde e educação.
O parlamentar também compartilhou o vídeo de uma moradora do bairro Sapê, que denunciou a falta de médicos no Programa Médico de Família. Segundo ela, seu irmão com transtornos mentais não consegue atendimento com neurologista, e ela própria, diagnosticada com um meningioma cerebral, também não encontra assistência. “Fui ao posto do Sapê onde moro e informaram que nem médico tem”, desabafou.
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Justificativas da prefeitura e contrapartidas exigidas
A prefeitura afirma que o reajuste segue cláusulas contratuais e foi determinado judicialmente com base na inflação acumulada entre 2022 e 2024. Como contrapartida, as empresas de ônibus terão até 180 dias para:
– Aumentar a frota em até 14% no consórcio Transnit e 7% no Transoceânico
– Retirar veículos com mais de 10 anos de uso
– Ampliar em 15% a oferta de viagens
– Integrar todas as linhas da Região Oceânica ao corredor BHLS Transoceânica
Subvenção ou benefício às empresas?
A argumentação da prefeitura, no entanto, não convenceu nem a apopulação nem o deputado. Douglas Gomes já havia se posicionado contra o subsídio de R$ 200 milhões aprovado pela Câmara Municipal para as empresas de ônibus, alegando falta de transparência e estudos técnicos confiáveis. Segundo ele, o valor real da passagem deveria ser R$ 3,80, e o subsídio, se bem aplicado, poderia reduzir o custo para o usuário final.
E agora, Niterói?
O aumento da tarifa, somado às denúncias de precariedade na saúde reacende o debate sobre as prioridades da gestão municipal. Para muitos moradores, a sensação é de abandono e de que os interesses empresariais seguem acima das necessidades da população. E você, o que acha?
2025-07-07 15:16:00