Você conhece o achachairu? Produtores investem no cultivo de frutas exóticas no ES

Fruta é originária da Bolívia e se adaptou bem em climas frios do Espírito Santo. Agricultores da Região Serrana buscam plantio de pitaya, lichia e romã para complementar renda. Produção de frutas exóticas ganham espaço no ES Produtores do Espírito




Fruta é originária da Bolívia e se adaptou bem em climas frios do Espírito Santo. Agricultores da Região Serrana buscam plantio de pitaya, lichia e romã para complementar renda. Produção de frutas exóticas ganham espaço no ES
Produtores do Espírito Santo têm investido no cultivo de frutas exóticas para ajudar a diversificar as culturas nas propriedades e também como fonte renda extra. Uma das apostas da vez é o cultivo de achachairu, originário da Bolívia, com sabor agridoce, e que se adaptou bem às terras frias do estado.
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Na teoria, fruta exótica é toda aquela cultivada em um local que não é originalmente encontrada. Mas, na prática, esse conceito foi se adaptando ao longo dos anos.
Hoje, podem ser consideradas exóticas as frutas que têm características menos comuns, com cores e sabores diferenciados, e que também costumam ser produzidas em escala menor que aquelas muitas vezes encontradas no quintal das pessoas.
Conheça a fruta
Achachairu é uma fruta boliviana que vem ganhando espaço no Brasil e produtores do Espírito Santo já começaram seu plantio
Reprodução/TV Gazeta
O cultivo do achachairu ainda é bem incipiente no Espírito Santo. Por causa disso, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) ainda não possui dados de quantos agricultores plantam oficialmente a fruta.
Mas, aos poucos, ela tem se tornado popular entre os agricultores, que passaram a conhecer a fruta e sua fácil adaptação ao território capixaba. Também passaram a plantar o achachairu em meio a outras culturas, como forma de aproveitar espaço e aumentar a renda.
Ao mesmo tempo, os produtores passaram a investir no plantio e colheita de outras frutas, como lichia, pitaya e mirtilo. Elas também já tiveram sua fase de “exóticas”, mas hoje já são encontradas com mais facilidade nas propriedades, em feiras e supermercados.
Saiba algumas curiosidades sobre a fruta:
🍊 A fruta é agridoce com polpa suculenta, branca e fácil de abrir;
⚕️Segundo especialistas, o achachairu é rico em vitamina B e C e possui propriedades cicatrizantes, anti-oxidantes e anti-inflamatórias;
🍽️Ajuda na digestão
🏔️Pode ser cultivado em climas frios;
🌳Planta atinge até 6 metros de altura e dá flores brancas e pequenas
Pitaya e lichia no estado
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no painel do Incaper mostram que a área colhida e a produção da pitaya no Espírito Santo estão em crescimento desde 2019, primeiro ano do levantamento, até 2023, quando os últimos dados foram levantados.
Entre esses 5 anos, o estado registrou um lucro de mais de 20 milhões da produção da fruta. Apenas em 2023, foram colhidas 398 toneladas; sendo Alfredo Chaves, Santa Leopoldina, Marataízes e Guarapari, nesta ordem, como os municípios que mais produziram.
Já a lichia teve uma queda na produção, mas ainda assim foram colhidas 439 toneladas em 2023. O painel ainda não traz levantamento de outras frutas que viraram apostas dos produtores, como o achachairu, mirtilo e a romã.
Pitaya e achachairu são apostas de produtores que querem diversificar culturas no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Investimento em diferentes culturas
O engenheiro agrônomo e produtor rural Protaze Magevski trabalha com frutas exóticas há 14 anos em sua propriedade, em Santa Teresa, na Região Serrana do estado.
Ele comentou que o achachairu é um plantio recente, com mil pés, mas 15 árvores já em produção. A fruta vem ajudando na produtividade.
“A gente faz uma inserção, depois a gente faz um aperto e a fruta sai do invólucro. É um invólucro resistente que pode ser transportado em viagens, uma fruta que não solta líquidos facilmente. Ela veio para o Brasil assim, na mochila dos bolivianos, e aqui ela está se adaptando”, comentou o agricultor.
Para uns, o achachairu lembra cacau com abacaxi. Além do sabor diferenciado que desperta a curiosidade, a fruta também ajuda a compor a renda. No mercado, o engenheiro agrônomo consegue vender cada quilo da fruta por R$ 15.
O agricultor contou ainda que a árvore começa a produzir entre quatro e cinco anos após o plantio.
“Ela dá uns 20 quilos por planta. Minha produção é pouca ainda, mas eu estou investindo nisso não é atoa. Eu notei segurança e a aceitação foi muito boas. A maioria das cidades o público não conhece, mas eu estou satisfeito. É uma planta de sabor único, só dela. Então, ela é diferenciada”, relatou.
Produtor apostou em pitaya exótica em plantação de Santa Teresa, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Aos poucos, ele contou que foi aprendendo como se faz o manejo não só do achachairu, mas também da lichia, pitaya e mirtilo.
Além da escolha de frutas diferentes, o agricultor testa também mais de uma variedade de cada tipo, aproveitamento de área. Por exemplo, a pitaya escolhida tem versões mais incomuns, como a de casca amarela e espinhos.
“A pitaya vem como um aproveitamento de área. Vão ser plantas provisórias. Porque eu tive que fazer um monitoramento vivo aqui com uma planta para quebrar as camadas compactadas do solo. E para aproveitar também o tutor vivo, eu depositei a pitaya. É uma pitaya bem exótica que dá fora de época, é a palora. É uma das mais doces conhecidas”, destacou o produtor.
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Já o mirtilo, que também é chamado no mercado de blueberry, vai ser plantado em outra área de propriedade. Teste foram feitos em vasos que já produzem algumas frutas, que são consumidas principalmente pelo filho do agricultor.
“Eu gosto de fruta porque ela é a expressão máxima do amor, é uma coisa bonita. Ela tem cores e sabores para atrair o consumidor para propagar a espécie dela”, comentou.
Mirtilo, ou blueberry, também é aposta de produtores no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
A experiência do Magevski com as frutas exóticas influenciou o produtor Daniel Paul a também investir no mercado. Há cinco anos, ele passou a usar o terreno da família para plantar.
Inicialmente, a escolha seria apenas a mandioca, mas o agricultor investiu na pitaya e também na romã.
“Na época, eu estava trabalhando fora, vi os primeiro vídeos e gostei da planta, plantei um pouco e continuo gostando. Ela tem uns espinhos, mas é tudo de bom. É uma planta mas saudável, gasta menos, dá mais trabalho na podagem, mas o resto é o de menos”, pontuou Paul.
Os pés de romã devem demorar 90 dias para os frutos chegarem no ponto certo e iniciarem a primeira colheita do produtor. Já a pitaya está na fase de floração e, em 50 dias, o frutos estarão maturados.
Romã é uma das frutas exóticas plantadas em Santa Teresa, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
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