Racha histórico nas Assembleias de Deus: nova União de Pastores desafia liderança de Otoni e Malafaia no Rio

Pela primeira vez em décadas, um cisma sacode as bases das Assembleias de Deus no Rio de Janeiro. Convenções históricas e tradicionais, que já foram decisivas em várias eleições — inclusive na de Marcelo Crivella (Republicanos) à Prefeitura do Rio


Pela primeira vez em décadas, um cisma sacode as bases das Assembleias de Deus no Rio de Janeiro. Convenções históricas e tradicionais, que já foram decisivas em várias eleições — inclusive na de Marcelo Crivella (Republicanos) à Prefeitura do Rio — agora estão divididas.

Boa parte da recém-fundada União de Pastores do Estado do Rio de Janeiro (Uperj), que já reúne mais de 550 pastores e missionários de ministérios espalhados por todo o estado, não vê com bons olhos a aliança Otoni de Paula-Eduardo Paes-Lula. O movimento já declarou apoio direto ao senador Flávio Bolsonaro (PL) e articula também com o governador Cláudio Castro (PL).

Pela primeira vez, líderes religiosos se afastam em bloco das articulações lideradas por nomes importantes como Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec); e Abner Ferreira, da gigante Assembleia de Deus em Madureira.

A nova direita evangélica organizada

Dissidentes que formam fileiras na Uperj têm criticado o avanço das esquerdas nas hostes evangélicas — e de velhas lideranças que, segundo dissidentes, “negociam demais com o sistema”. E mantém a promessa de fidelidade ao projeto de Jair Bolsonaro, que tem como meta eleger 50% do Congresso Nacional.

Otoni é o elo entre Paes e as convenções das Assembleias de Deus

Enquanto isso, o pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB) continua fazendo a ponte entre a Prefeitura do Rio e o mundo evangélico, em especial, as convenções das Assembleias de Deus.

No último dia 18, por exemplo, fez um evento no auditório no subsolo do Centro Administrativo São Sebastião. Em reuniões com líderes de diferentes convenções, Otoni tenta manter a força que Abner Ferreira lhe conferiu em eleições passadas.

Malafaia e a estratégia de não se posicionar no primeiro turno

Silas Malafaia tem como estratégia não escolher um lado no primeiro turno das eleições majoritárias. Mas a aposta é arriscada — e os evangélicos não estão mais com a força eleitoral que já tiveram um dia.

Em 2020, o vereador Eliseu Kessler, candidato do bispo Abner e da poderosa Assembleia de Deus em Madureira, ficou só como suplente na Câmara do Rio. Em 2024, Malafaia também sentiu o golpe quando não conseguiu eleger o cantor gospel Vaguinho.

A aposta, agora, é que Silas Malafaia não vai poder se esconder no primeiro turno — sob a pena de não conseguir levar o seu candidato, o secretário estadual de Envelhecimento Saudável e ex-vereador Alexandre Isquierdo, à Assembleia Legislativa.





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