Balão pegou fogo no ar e caiu, conforme relatosReprodução/X
A equipe de investigação também realizou uma reconstituição do acidente com a presença da Polícia Científica. Além dos sobreviventes, a investigação tomou depoimento de outras sete pessoas envolvidas na operação.
Os laudos cadavéricos das oito vítimas também já foram concluídos, assim como o relatório elaborado por psicólogos policiais que acompanham os desdobramentos da investigação. Os detalhes dos documentos não foram divulgados. Não há prazo para a conclusão do caso.
A Polícia Civil informou que o piloto manteve a versão de que o extintor não funcionou ao ser acionado, mas não deu outros detalhes sobre a simulação.
“O piloto apresentou a versão dele dos fatos, numa espécie de reprodução simulada. Não tecnicamente uma reprodução, mas demonstrando como o fato teria ocorrido, na versão dele”, informou o delegado Rafael Chiara.
“Acrescento que todas as testemunhas e sobreviventes já foram ouvidas, inclusive o proprietário da empresa fabricante dos balões, que nos auxiliou bastante na questão de entendimento técnico”, apontou.
A diminuição do peso teria feito com que o balão subisse novamente com as oito vítimas que não conseguiram desembarcar e morreram carbonizadas.
A empresa responsável era Sobrevoar, que afirmou cumprir as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voar e afirmou não ter registro de outros acidentes. A companhia disse ter suspendido suas operações por tempo indeterminado.
“Gostaríamos também de esclarecer que trabalhamos com seriedade e cumprimos todas as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), destacando que não tínhamos registros de acidentes anteriores. Infelizmente, mesmo com todas as precauções necessárias e com o esforço de nosso Piloto, cujo mesmo possui ampla experiência e adotou todos os procedimentos indicados, tentando salvar todos os que estavam a bordo do balão, sofremos com a dor causada por essa tragédia”, disse.
Balão
A empresa operava desde setembro de 2024 e tinha autorização da prefeitura para funcionar.
Tradicional destino de balonismo, Praia Grande fica perto de uma região de cânions no extremo sul de Santa Catarina, a cerca de 270 quilômetros de Florianópolis. É chamada de Capadócia Brasileira, em alusão à região da Turquia onde a prática de balões atrai turistas de todo o mundo.
Entre os mortos havia uma mãe e filha, dois casais, um patinador artístico e um oftalmologista. Todos tinham como origem o sul do país. São eles:
– Everaldo da Rocha, de 53 anos, e Janaína Moreira Soares da Rocha, de 46 anos – O casal fazia o passeio com os filhos, que estão entre os sobreviventes.
– Fabio Luiz Izycki, de 42 anos, e Juliane Jacinta Sawicki, de 36 anos – O bancário e a engenheira agrônoma, ambos gaúchos, estavam namorando.
– Leandro Luzzi, de 33 anos – O patinador artístico era diretor técnico da Federação Catarinense de Patinação Artística e fundador de uma escola da modalidade na cidade catarinense de Brusque, além de atuar como técnico da seleção brasileira. Fazia o passeio com o namorado, que sobreviveu.
– Leane Elizabeth Herrmann, de 70 anos – Realizava o passeio com a família.
– Leise Herrmann Parizotto, 37 anos – Médica de um posto de saúde em Blumenau (SC), ela fazia o passeio junto com a mãe, Leane.
– Andrei Gabriel de Melo, de 34 anos – Oftalmologista de Fraiburgo, município no oeste de Santa Catarina.
2025-06-27 09:23:00